«Era em Julho, um domingo; fazia um grande calor; as duas janelas estavam cerradas, mas sentia-se fora o sol faiscar nas vidraças, escaldar a pedra da varanda; havia o silêncio recolhido e sonolento de manhã de missa; uma vaga quebreira amolentava, trazia desejos de sestas, ou de sombras fofas debaixo de arvoredos, no campo, ao pé da água; nas duas gaiolas, entre bambinelas de cretone azulado, os canários dormiam; um zumbido monótono de moscas arrastava-se por cima da mesa, pousava no fundo das chávenas sobre o açúcar mal derretido, enchia toda a sala de um rumor dormente.»
cronologia dos autores
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terça-feira, 31 de julho de 2018
sexta-feira, 13 de julho de 2018
Jorge Amado, CAPITÃES DA AREIA (1937)
«Antigamente, diante do trapiche se estendia o mistério do mar oceano, as noites diante dele eram de um verde escuro, quase negras, daquela cor misteriosa que é a cor do mar à noite.»
Júlio Dinis, A MORGADINHA DOS CANAVIAIS (1868)
«Só de longe em longe, a choça do pegureiro ou a cabana do rachador, mas estas tão ermas e desamparadas, que mais entristeciam do que a absoluta solidão.»
sexta-feira, 6 de julho de 2018
segunda-feira, 2 de julho de 2018
4 versos de António Gedeão
«Era ao entardecer, / na hora espessa, peganhenta e húmida, / em que um resto de luz no espasmo da agonia / geme nas coisas e empasta-as como goma.»
«Poema do cão ao entardecer», Poemas Póstumos (1983)
domingo, 1 de julho de 2018
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