«Do pinhão, que um pé-de-vento arrancou ao dormitório da pinha-mãe, e da bolota, que a ave deixou cair no solo, repetido o acto mil vezes, gerou-se a floresta. »
cronologia dos autores
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terça-feira, 31 de dezembro de 2019
sábado, 16 de novembro de 2019
primeiro parágrafo de A CAPITAL! (1925, póstumo), de Eça de Queirós
«A estação de Ovar, no caminho de ferro do Norte, estava muito silenciosa pelas seis horas, antes da chegada do comboio do Porto.»
O tempo: seis horas. A informação aduzida, o silêncio, não chega para concluir a que parte do dia corresponde.
O espaço: estação de comboios de Ovar.
Impressões: Se o título remete para (um)a capital (com ponto de exclamação, desde a edição crítica), o início do romance numa estação de caminhos-de-ferro é uma forma expedita de dar o tom de partida; e se é de Ovar, clacula-se que o destino seja Lisboa. Outro parágrafos e capítulos terão de passar, até Artur Corvelo lá chegar.
terça-feira, 22 de outubro de 2019
segunda-feira, 21 de outubro de 2019
Ferreira de Castro, A MISSÃO (1954)
«No telhado antigo, com o pó dos tempos fixado em crostas esverdeadas que nenhuma chuva conseguia lavar, os pardais faziam o ninho na Primavera.»
domingo, 13 de outubro de 2019
primeiro parágrafo de UMA ABELHA NA CHUVA (1953), de Carlos de Oliveira
«Pelas cinco horas duma tarde invernosa de outubro, certo viajante entrou em Corgos, a pé, depois da árdua jornada que o trouxera da aldeia do Montouro, por maus caminhos, ao pavimento calcetado e seguro da vila: um homem gordo, baixo, de passo molengão; samarra com gola de raposa; chapéu escuro, de aba larga, ao velho uso; a camisa apertada, sem gravata, não desfazia no esmero geral visível em tudo, das mãos limpas à barba bem escanhoada; é verdade que as botas de meio cano vinham de todo enlameadas, mas via-se que não era hábito do viajante andar por barrocais; preocupava-o a terriça, batia os pés com impaciência no empedrado. Tinha o seu quê de invulgar: o peso do tronco roliço arqueava-lhe as pernas, fazia-o bambolear como os patos: dava a impressão de aluir a cada passo. A respiração alterosa dificultava-lhe a marcha. Mesmo assim, galgara duas léguas de barrancos, lama, invernia. Grave assunto o trouxera decerto, penando nos atalhos gandareses, por aquele tempo desabrido.»
O tempo: Uma tarde de Outubro, invernosa, já no último terço: 17 horas.
O espaço: A entrada duma vila de província, Montouro, término de um percurso pedestre entabulado desde uma aldeia dos arredores, Corgos.
Personagem: Homem provavelmente de meia idade, pela descrição da indumentária de extracção burguesa. A urgência e gravidade do que tem a tratar acentuam o carácter grotesco que, expectavelmente, à partida não teria.
Impressões: Lama, chuva, barrancos em tarde invernosa reforçam a penosidade por que passa a personagem.
O modo: Uma caracterização física muito pormenorizada logo de início, um pouco inesperada para mim.
quinta-feira, 10 de outubro de 2019
Ferreira de Castro, A LÃ E A NEVE (1947)
«A luz parecia desprender-se, como um véu, da imensurável cavidade, deixando ainda vermelhar a telha francesa das casas abastadas, enquanto os negros telhados dos pobres se somavam já à escuridão que avançava.»
segunda-feira, 7 de outubro de 2019
José de Almada Negreiros, NOME DE GUERRA ([1925]1938)
«Ser homem ou mulher é apenas a natureza; chamar-se João ou Manuela já é a natureza mais a vida inteira: é o problema.»
domingo, 6 de outubro de 2019
primeiro parágrafo de A BOCA DA ESFINGE (1924), de Eduardo Frias e Ferreira de Castro
«-- Quem o diria, Berenice?... Sim, porque quando tu nasceste eu já não era um adolescente: -- já tinha realizado aspirações, sofrido desilusões...»
Nem tempo nem espaço; apenas um discurso directo dirigido a uma personagem feminina, bastante mais nova. Entre ambos poderá haver uma relação amorosa, ou outra. Nome especioso, muito década de 1920 do século passado, anos loucos.
Escrito a quatro mãos, é difícil atribuir a autoria deste parágrafo, embora a pontuação pouco convencional seja a que Ferreira de Castro usava então, bem como o gosto magazinesco pelo nome incomum.
Nem tempo nem espaço; apenas um discurso directo dirigido a uma personagem feminina, bastante mais nova. Entre ambos poderá haver uma relação amorosa, ou outra. Nome especioso, muito década de 1920 do século passado, anos loucos.
Escrito a quatro mãos, é difícil atribuir a autoria deste parágrafo, embora a pontuação pouco convencional seja a que Ferreira de Castro usava então, bem como o gosto magazinesco pelo nome incomum.
terça-feira, 1 de outubro de 2019
domingo, 29 de setembro de 2019
Eça de Queirós, A ILUSTRA CASA DE RAMIRES (1900, póstumo)
«Desde as quatro horas da tarde, no calor e silêncio do domingo de Junho, o Fidalgo da Torre, em chinelos, com uma quinzena de linho envergada sobre a camisa de chita cor-de-rosa, trabalhava.»
sexta-feira, 27 de setembro de 2019
primeiro parágrafo de A CATEDRAL (1920), de Manuel Ribeiro
«Era a hora de Matinas. A sineta do claustro tangia, a convocar os capitulares para o coro, quando Luciano passou da sua alcova à biblioteca, entreabrindo uma pequena porta e afastando uma massa rígida dum brocado que descia do lambrequim em pregas hirtas, adornado de eucarísticos lavores de seda e oiro. Em seguida, acercando-se duma janela cujas portadas tinham ficado despreocupadamente abertas, descerrou, num gesto largo, as vidraças de par em par, e aspirou com delícia a onda do ar fresco, que inundou a casa, impregnado dos vapores que do jardim, em baixo, se evolavam.»
O tempo. Matinas -- antes do raiar do Sol, hora de oração e leituras de textos bíblicos e hagiográficos.
O espaço. A referência a um claustro, a capitulares e a um coro, indica estarmos numa casa religiosa, obviamente sem surpresa, atendendo ao título do romance. Uma ligação directa da alcova à biblioteca, pode indiciar um aposento privilegiado para quem tenha hábitos, necessidades e práticas do foro intelectual.
Personagem. Luciano. Habita no recinto, no qual parece deambular à vontade. Sabemo-lo, quantos lemos o romance, tratar-se de pessoa decidida e ideias firmes. O «gesto largo» com que abre as janelas e aspira o ar da rua a plenos pulmões são gestos e atitudes que prenunciam a sua assertividade.
Impressões. o som (a sineta que tangia); a visualização do peso do lambrequim; o ar madrugador e refrescante que Luciano aspira a plenos pulmões.
O modo. As referências ao brocardo revela a permanência da estética naturalista, com todas as minúcias descritivas.
O tempo. Matinas -- antes do raiar do Sol, hora de oração e leituras de textos bíblicos e hagiográficos.
O espaço. A referência a um claustro, a capitulares e a um coro, indica estarmos numa casa religiosa, obviamente sem surpresa, atendendo ao título do romance. Uma ligação directa da alcova à biblioteca, pode indiciar um aposento privilegiado para quem tenha hábitos, necessidades e práticas do foro intelectual.
Personagem. Luciano. Habita no recinto, no qual parece deambular à vontade. Sabemo-lo, quantos lemos o romance, tratar-se de pessoa decidida e ideias firmes. O «gesto largo» com que abre as janelas e aspira o ar da rua a plenos pulmões são gestos e atitudes que prenunciam a sua assertividade.
Impressões. o som (a sineta que tangia); a visualização do peso do lambrequim; o ar madrugador e refrescante que Luciano aspira a plenos pulmões.
O modo. As referências ao brocardo revela a permanência da estética naturalista, com todas as minúcias descritivas.
terça-feira, 17 de setembro de 2019
Coelho Neto, A CAPITAL FEDERAL (1893)
«Para estar de acordo com o horário dos trens devíamos chegar às oito horas e alguns minutos à estação, e estou certo de que assim teria acontecido se não fosse o folgado e paciente atraso de duas horas e meia, que tivemos de aturar dentro dos compridos wagons de primeira classe, nada inferiores ao cárcere duro.
quinta-feira, 5 de setembro de 2019
Machado de Assis, DOM CASMURRO (1904)
«Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei no trem da Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu.»
quarta-feira, 21 de agosto de 2019
Camilo Castelo Branco, A FILHA DO REGICIDA (1875)
«Ainda os membros dispersos do cadáver de Domingos Leite Pereira apodreciam nos postes, quando saiu uma procissão de triunfo a desempestar especialmente as Ruas dos Torneiros e da Fancaria.»
sábado, 17 de agosto de 2019
Júlio Dinis, A MORGADINHA DOS CANAVIAIS (1868)
«O leitor provavelmente há-de ter jornadeado alguma vez; sabe portanto que o grato e quase voluptuoso alvoroço, com que se concebe e planiza qualquer projecto de viagem, assim como a suave recordação que dela guardamos depois, são coisas de incomparavelmente maiores delícias, do que as impressões experimentadas no próprio momento de nos vermos errantes em plena estrada ou pernoitando nas estalagens, e mormente nas clássicas estalagens das nossas províncias.»
quinta-feira, 1 de agosto de 2019
Vitorino Nemésio, MAU TEMPO NO CANAL (1944)
«A fúria do cão enchia-o de um atrevimento nervoso, como se Margarida estivesse em perigo ou o quisesse experimentar criando-lhe um inimigo inferior.»
terça-feira, 30 de julho de 2019
Camilo Castelo Branco, A FILHA DO ARCEDIAGO (1854)
«Era uma paixão, uma paixão da alma, a mocidade na velhice, essa ânsia impotente dum coração que quer romper os tecidos atrofiados de cinquenta e cinco anos para dar quatro pulos em pleno ar.»
quinta-feira, 25 de julho de 2019
Raul Brandão, A FARSA (1903)
«Depois o silêncio, a mudez concentrada da noite, a nuvem negra coalhada sobre as ruínas da vila toda lavada em lágrimas.»
terça-feira, 23 de julho de 2019
José Régio, JOGO DA CABRA CEGA (1934)
«Sentei-me, contra o muro, a uma das mesas do mais vulgar mármore rosa, e mandei vir não sei quê que me não apetecia tomar.»
quarta-feira, 10 de julho de 2019
Jorge Amado, A DESCOBERTA DA AMÉRICA PELOS TURCOS (1994)
«O mouro Bichara, engajado quem sabe a pulso, um dos tantos heróis esquecidos na hora das celebrações e das recompensas: o almirante cobre-se de glória, os marinheiros cobrem-se de merda -- apesar de erudito, Raduan Murad tinha a boca suja.»
Raul Brandão, HÚMUS (1917)
«Sobre isto, um tom denegrido e uniforme: a humidade entranhou-se na pedra, o sol entranhou-se na humidade.»
terça-feira, 9 de julho de 2019
domingo, 7 de julho de 2019
Manuel Ferreira, HORA DI BAI (1962)
«Respondiam três, respondiam quatro, sabia-se lá, e abriam caminho a disputar a primazia, procurando iludir o sobrenome de baptismo.»
sábado, 6 de julho de 2019
Ferreira de Castro, A CURVA DA ESTRADA (1950)
«Sempre de nariz no ar e olhos investigadores ao lado dos operários, que a detestavam porque ela intervinha em todos os pormenores -- olhe isto, olhe aquilo, assim não está bem, faça assim, faça assado -- de tal forma se portara que, durante semanas e mais semanas, a vida tivera um incómodo sentido provisório no meio do movimento e da desordem em que tudo aquilo andava.»
quarta-feira, 3 de julho de 2019
João Guimarães Rosa, GRANDE SERTÃO: VEREDAS (1956)
«Ainda o senhor estude: agora mesmo, nestes dias de época, tem gente porfalando que o Diabo próprio parou, de passagem, no Andrequicé.»
quinta-feira, 27 de junho de 2019
Eça de Queirós, A CIDADE E AS SERRAS (póst., 1901)
«Na estrada de Orléans, numa noite agreste, o eixo da berlinda em que jornadeavam partiu, e o nédio senhor, a delicada senhora da casa da Avelã, o menino, marcharam três horas na chuva e na lama do exílio até uma aldeia, onde, depois de baterem como mendigos a portas mudas, dormiram nos bancos de uma taberna.»
terça-feira, 18 de junho de 2019
Jorge Amado, GABRIELA, CRAVO E CANELA (1958)
«Quanto ao pequeno drama pessoal de Nacib, sùbitamente sem cozinheira, dele apenas seus amigos mais íntimos tomaram conhecimento imediato, sem lhe dar, aliás, maior importância.»
sexta-feira, 14 de junho de 2019
Eça de Queirós, A CAPITAL! (póstumo, 1925)
«O chefe da estação, um gordo com os queixos amarrados num lenço de seda preta, o bonnet de galão sujo muito posto ao lado, apareceu então, à porta da sala de bagagens, de charuto nos dentes.»
quinta-feira, 13 de junho de 2019
Alexandre Herculano, EURICO O PRESBÍTERO (1844)
«O povo, esmagado debaixo do peso dos tributos, dilacerado pelas lutas dos bandos civis, prostituído às paixões dos poderosos, esquecera completamente as virtudes guerreiras de seus avós.»
sábado, 8 de junho de 2019
sexta-feira, 7 de junho de 2019
Eduardo Frias e Ferreira de Castro, A BOCA DA ESFINGE (1924)
segunda-feira, 27 de maio de 2019
Manuel da Fonseca, CERROMAIOR (1943)
«Uma cabeça pequenina, cabelo rapado e com o maxilar inferior tão largo e comprido que parecia impedi-lo de fechar completamente a boca.»
sábado, 25 de maio de 2019
sexta-feira, 24 de maio de 2019
Manuel Ribeiro, A CATEDRAL (1920)
«Súbito uma revoada de vozes escapou-se em surdina do âmago da igreja e derramou pelos claustros o clamor inquietante duma dolência arrastada.»
domingo, 12 de maio de 2019
Alves Redol, FANGA (1943)
«Até hoje, e já lá vão muitos anos, nunca vi o mar, embora dele tenha ouvido contar muitas histórias, e, não sei porquê, parece-me que o conheço todo só por causa daquela fotografia.»
sexta-feira, 10 de maio de 2019
sexta-feira, 3 de maio de 2019
Jorge Reis, MATAI-VOS UNS AOS OUTROS (1961)
«Afeito à nudez sebosa das repartições, o recém-chegado abafou uma voz de espanto ao passar a uma saleta cujo requinte no arranjo descondizia com tudo o que vira em tão ingracioso edifício: era uma dependência fofa, não grande, toda de veludos vermelhos, lambris dourados, cristais e móveis reluzentes, onde, pelos reposteiros entreabertos, a luz, que do céu azul ferrete se derramava a jorros sobre a vila, vinha molemente esparrinhar-se num tapete de Arraiolos...»
quarta-feira, 3 de abril de 2019
sexta-feira, 29 de março de 2019
Manuel Ribeiro, A CATEDRAL (1920)
«Vista do ramo transversal do claustro e no prolongamento do eixo da igreja, a ábside desenrolava em frente do espectador a sua elegante redondeza, e o frémito alado dos arcobotantes, com a ossatura frágil em pleno equilíbrio aéreo, dava-lhe tal ar de vida palpitante, que era de recear que a uma carícia mais quente do sol filtrando-se nos poros da pedra, a catedral abrisse as asas e erguesse o largo voo nessa lúcida manhã de tempo claro.»
Camilo Castelo Branco, AMOR DE PERDIÇÃO (1862)
«Para fazer-se amar da formosa dama de D. Maria I minguavam-lhe dotes físicos: Domingos Botelho era extremamente feio.»
quarta-feira, 27 de março de 2019
Eça de Queirós, A CAPITAL! (póst., 1925)
«Na estação havia apenas um passageiro, esperando o comboio: era um mocetão do campo, que não se movia, encostado à parede, com as mãos nos bolsos, os olhos inchados de ter chorado duramente cravados no chão e ao lado sentadas sobre uma arca de pinho nova, estavam duas mulheres, uma velha, e uma rapariga grossa e sardenta, ambas muito desconsoladas, tendo aos pés entre si, um saco de chita e um pequeno farnel de onde saía o gargalo negro duma garrafa.»
sexta-feira, 22 de março de 2019
Carlos de Oliveira, UMA ABELHA NA CHUVA (1953)
«O escritório do Medeiros, director da Comarca, era escuro e desconfortável; uma vulgar secretária de pinho, dois ou três cadeirões com almofadas de palha, um quebra-luz de missanga na lâmpada do tecto e montes de jornais aos cantos; cheirava a pó como num caminho de estio.»
sexta-feira, 15 de março de 2019
terça-feira, 12 de março de 2019
segunda-feira, 11 de março de 2019
vagamundagens: Ferreira de Castro, A VOLTA AO MUNDO (1940-44)
«Pequeno, dez, onze anos melancólicos e tímidos, subíamos ao cume da serra que padroa a casa onde nascemos e ali, entre urzes e pinheiros, nos quedávamos a contemplar vizinhas terras.»
quarta-feira, 6 de março de 2019
Joaquim Paço d'Arcos, DIÁRIO DUM EMIGRANTE (1936)
«E os outros, -- toda a malta da terceira, imunda e sórdida -- miseráveis, porque trocam a sua pobreza livre pela escravidão?»
segunda-feira, 4 de março de 2019
Manuel Ribeiro, A CATEDRAL (1920)
«Neste jardim, que só os cónegos velhos frequentavam em manhãs de bom sol morno no intervalo do serviço religioso, não passeava a esta hora ninguém; e dos claustros, igualmente desertos, subia o silêncio de ruínas mortas, entrecortado pelo murmúrio argentino dum turíbulo que oscilava, com isócrona cadência, por detrás da capela-mor, nas mãos diáfanas duma criança grave.»
terça-feira, 12 de fevereiro de 2019
José de Almada Negreiros, NOME DE GUERRA (1938 [925]
«Das duas uma: ou as pessoas se fazem ao nome que lhes puseram no baptismo, ou ele tem de seu o bastante para marcar a cada um.»
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019
José Régio, JOGO DA CABRA-CEGA (1934)
«Eu sentia-me tão frouxo que entrei no primeiro café cuja mancha luminosa esparrinhava nas pedras molhadas.»
domingo, 3 de fevereiro de 2019
Joaquim Paço d'Arcos, ANA PAULA (1938)
«Afeito à vida áspera do foro, que obriga a endurecer o coração e a dominar a sensibilidade, não soubera, porém, aceitar com indiferença aquela declaração franca, honesta, sem pensamento reservado, mas que para ele era paga de uma dedicação sem mancha e de uma devoção silenciosa: "a sua presença é uma das raras consolações da minha vida actual."»
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