Li-o por volta
de 1983 [...].
Por esse então, final da adolescência, apesar de muitas referências me
escaparem -- que não as da BD (Dinis Machado terá sido o único escritor
português a ter aposto numa obra literária os nomes de Zig e Puce...) ou as dos Westerns de John
Ford; é um livro cheio de cinema (até na prosa) e quadradinhos --, havia
também uma memória que me era familiar: o imaginário lisboeta das décadas de
1930-1940, que me foi transmitido pelo meu pai, da mesma geração do autor: as
figuras populares, suas alcunhas e seus maneirismos; a Guerra Civil de
Espanha e a II Guerra Mundial, o modo como eram ansiosamente seguidas e as
próprias implicações sociais e políticas desses dois cataclismos entre nós; o
cinema de Hollywood e os filmes em 31 partes do Flash Gordon; os comics americanos,
Dick Tracy e Mandrake, os combates de boxe... Referências pulp e
eruditas, de Camilo Pessanha a Jorge Luis Borges, fluindo naturalmente,
porque reflexo da vida e da vivência. Não sei se algum vez um livro
me deu tanto prazer a reler.
A verdade é
que em que O que
Diz Molero a prosa é rigorosamente vigiada e calibrada,
tão fundamental quanto o inventário da infância se
presta a todas as derrapagens do sentimentalismo : não há
lamechice, mas ternura, um humor terno e nunca boçal. (repostagem)
Não me lembro de ter lido este livro, mas vou
ResponderEliminartentar o empréstimo na Biblioteca da Amadora.
O seu enunciado sobre o livro é tentador.
Oh,é sensacional, e novíssimo em 1977. Mas creio que tem resistido bem ao tempo.
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