cronologia dos autores

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terça-feira, 18 de agosto de 2020

"noite, doce noite"

António Carneiro, Nocturno (1911) 


Raul Brandão - «E noite, cerração compacta, névoa e granito formam um todo homogéneo para construírem um imenso e esfarrapado burgo de pedra e sonho.» A Farsa  (1903)

Francisco Costa - «Nessa noite de Julho, ao regressar a casa, deve ter parado, atónito, no meio da rua deserta: embora passasse da meia-noite, havia, na janela da frente, um risco de luz vertical!»  Cárcere Invisível  (1949).

José Régio - «Noites havia, sim, em que simplesmente apreciava a noite: O aspecto de mascaradas, ou desmascaradas, que certas casas têm a certas horas; o silêncio das ruas e a sonoridade das pedras; os vultos que se esgueiram, ou esperam à esquina, ou se cosem às paredes, ou nos roçam o ombro, ou nos pedem lume, ou falam alto; e depois esboços de paisagens, ou transfigurações inesperadas de coisas que à luz do dia são banais.» Jogo da Cabra-Cega (1934)


2 comentários:

  1. Li o Jogo da Cabra-Cega muito recentemente, por motivos secundariamente académicos. Encontra no livro algum homoerotismo? Defendi esse ponto de vista sem grande convicção, porque o tema não (me) era importante. Mas gostava de ouvir uma segunda opinião...

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    1. Quando o li, há uns bons anos, não dei por nada. Mas conto relê-lo brevemente, e terei esse aspecto em atenção. Logo lhe darei a minha opinião.

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